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Como seu projeto ou negócio pode colaborar com a desaceleração do processo mudanças climáticas?
Atualizado: 14 de Dez de 2020
O que são?
Quando falamos de mudanças climáticas, nos referimos ao aumento da temperatura média global que vem acontecendo desde a Revolução Industrial e de forma mais intensa e acelerada desde os anos 1950.
Um dos fatores que podem causar essa alteração na temperatura da Terra é a variação na concentração de gases do efeito estufa presentes na atmosfera. Esses gases são responsáveis por absorver parte do calor que incide sobre a Terra, não o deixando escapar e mantendo a Terra quentinha.
Lembrando que o efeito estufa é um fenômeno natural e muito importante que garante que nossa atmosfera tenha uma temperatura adequada para o desenvolvimento e manutenção da vida na Terra.
O que acontece é que nos últimos anos temos observado um aumento na concentração desses gases por consequência de atividades antropogênicas (principalmente processos industriais, de produção de energia, a agropecuária e o transporte), como é o caso do dióxido de carbono - CO2 e do metano - CH4. Consequentemente, há um aumento mais intenso na temperatura, gerando desequilíbrio em diversos processos naturais, já que a Terra é esse grande sistema onde tudo está interligado - vamos exemplificar um pouco mais abaixo.
Quais os impactos no oceano?
Antes de falarmos em impactos no oceano temos que ter em mente que a dinâmica dos fenômenos naturais na Terra acontece respeitando um certo equilíbrio. Se temos uma alteração em algum componente dessa dinâmica, gera-se um desequilíbrio , certo!?
Então, pensando no aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e sabendo que esses gases têm a capacidade de absorver mais calor, logo, uma relação que fazemos quase instantaneamente é que a temperatura média da atmosfera vai aumentar e consequentemente, impactar as áreas mais geladas do globo, através de derretimento de geleiras e topos de montanhas congelados, por exemplo. Atrelado a isso, também temos em ação o processo de expansão térmica, que aumenta o volume das águas causando o aumento do nível do mar, que passa cada vez mais a ameaçar cidades costeiras.
Outro ponto é que com a diminuição de geleiras e cobertura de neve, a Terra vai perdendo o seu potencial de refletir parte da radiação solar que incide sobre ela, e passa a absorver mais calor, que derrete mais gelo... e assim vamos dentro desse mesmo ciclo.
Como oceano e atmosfera estão coladinhos, a interação entre os dois é constante. Uma das formas pelas quais se dá essa interação é através da troca de gases. O CO2, nosso grande protagonista desse papo, é o gás mais solúvel no oceano e uma das substâncias capazes de afetar o balanço de pH. Por isso, é comum vermos por aí a galera falando sobre acidificação do oceano, que é justamente isso, o CO2 quando absorvido combina-se quimicamente com água, formando ácido carbônico, que se dissocia em íons de carbonato e hidrogênio, sendo esse último o responsável pelo aumento da acidez da água. Como consequência, há uma mudança na profundidade na qual o carbonato se dissolve, impactando na manutenção de estruturas como conchas, esqueletos, algas e os recifes de corais. Já ouviu falar em branqueamento de corais? Pois então, a acidificação “corrói” esses ricos e importantes ecossistemas, além de impedir que outros se formem.
Outro impacto que podemos identificar são nas correntes oceânicas e suas características. Uma das correntes mais importantes que temos aqui no hemisfério sul é a Corrente de Humboldt, que banha a costa do Chile e do Peru, conhecida por suas águas frias e ricas em nutrientes e biodiversidade. Entretanto, a qualidade da água do mar nessa região vem sentindo os efeitos das mudanças climáticas. A Corrente de Humboldt está transportando menos oxigênio e está mais acidificada, fato que impacta diretamente os organismos planctônicos, que muitas vezes não se adaptam rapidamente a essas novas características e morrem. Como os plânctons servem de alimento para uma infinidade de espécies e são fundamentais para estruturação das cadeias alimentares, as mudanças climáticas acabam colapsando toda a dinâmica da região, impactando inclusive em questões sociais e econômicas, já que a região é conhecida pela produtividade e abundância pesqueira.

Tá tudo conectado!
Como posso colaborar?
Antes de tudo, busque conhecimento sobre como suas atividades podem contribuir com o processo de mudanças climáticas: Reconheça suas atividades primárias e de apoio e investigue os impactos atuais e potenciais. Fazer o caminho inverso também é válido, entenda como os efeitos das mudanças climáticas podem impactar suas atividades.
Conheça suas emissões de gases de efeito estufa: fique atento às atividades de transporte (carro, ônibus e avião) e ao uso de energia elétrica e consumo de gás (gás natural e gás em botijões) da sua empresa ou projeto e evite o desperdício. Se possível, invista em ferramentas que te possibilitem entender, quantificar e gerenciar suas emissões, como o GHG Protocol.
Adote e incentive a Segunda Sem Carne e a dieta flexitariana: segundo a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), quando você deixa de fora, por um dia, produtos de origem animal do seu prato, você evita que 14 kg de CO2 sejam emitidos para a atmosfera, isso é equivalente a 100 km rodados em um carro comum.
Escolha fontes de energia limpas e renováveis sempre que possível: o uso de placas solares e biogás proveniente de resíduos orgânicos, por exemplo, já é uma realidade para quem quer ter uma atitude mais proativa em relação ao seu consumo de energia.
Apoio/financiamento a organizações que produzem trabalhos sobre mudanças climáticas: como sempre dizemos por aqui, você sempre pode apoiar alguém ou alguma instituição que tenha um trabalho legal na área, seja com seu tempo, dinheiro, recursos ou dando visibilidade.
Por fim, mas definitivamente não menos importante, integre a mudança na estratégia do seu negócio ou projeto: trate o tema como prioridade e trace um plano estratégico para maximizar impactos positivos e minimizar impactos negativos.
Ah! antes de ir embora, você já conhece o Submerso? O Submerso é um podcast colaborativo sobre tudo o que é de mar e nesse mês falamos bastante sobre mudanças climáticas por lá, aproveita pra conferir clicando aqui!
Algumas referências usadas nesse texto:
Acidificação oceânica: https://www.infoescola.com/ecologia/acidificacao-oceanica/
UFSC Explica - Aquecimento Global: https://www.youtube.com/watch?v=eDg2zjR3dTA&t=201s&ab_channel=UFSC
O que é a Corrente de Humboldt e como ela é afetada pelas mudanças climáticas: https://www.youtube.com/watch?v=RtnOcCNbvkw&ab_channel=DWBrasil